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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A MENINA QUE ERA SEREIA ( INFANTO JUVENIL )

"A MENINA QUE ERA SEREIA"



Em uma noite perto do Natal, batem à porta de Miguel. Ele abre, olha para os lados e nada vê. Um choro de bebê o faz olhar para baixo, e percebe um cestinho no chão.
No cesto, uma linda carinha rosada...
Miguel entra, coloca o cestinho sobre a mesa e chama Dora, sua esposa:
_ Dora, venha ver o que tenho aqui!
A mulher vem afobada. Depara com aquele bebê e se encanta. Diz então ao marido:
_ Mas,como aconteceu isso?
_ Alguém nos deu um lindo presente de Natal, mulher!
Dora pegou o bebê no colo, deu um beijo na testinha e disse:
_ Vamos ver se é menino ou menina. Hum! É uma bela garotinha!
Pensaram em vários nomes para a menina, mas decidiram por Ana Luzia. Afinal ela trouxe luz
àquele lar, que tanto ansiava por uma criança...
Dora tentava há dez anos ter um bebê. Agora seu sonho se realizava!
A menina crescia cada dia mais linda e feliz. Apenas uma coisa lhe preocupava: Queria muito
crescer logo, para conhecer o mar.
Era apaixonada pelo oceano, mesmo sem nunca ter visto antes, apenas pela TV e revistas. O tempo passou...

Ana Luzia tornou-se uma bela jovem de vinte anos. Era professora do vilarejo, próximo ao sítio de seus pais. Todos a tratavam por Aninha, gostavam muito dela, em particular pela sua bela voz. Cantava nas festas e rodeios da região.
Certo dia, estava fazendo muito calor, quando um forasteiro apareceu à frente da porteira do sítio.
Pediu que lhe dessem um pouco de água, pois a que trazia em sua mochila, havia acabado. Miguel, da varanda gritou que entrasse.
O rapaz caminhou até a varanda onde estavam Miguel, Dora e Aninha. Seu olhar foi direto para os olhos de Ana Luzia. Dora percebeu.
Convidou o moço para se sentar.
Miguel disse à Aninha, que trouxesse suco de caju, para todos. A moça foi buscar enquanto o rapaz se apresentava:
_ Meu nome é Moisés. Obrigado pela acolhida!
Miguel simpatizou muito com o rapaz, e Dora fazia um “interrogatório”, que o moço não se
incomodava em responder. Ana chegou com o suco,serviu à todos e sentou-se para conversar
também. Moisés e Aninha, se entreolhavam todo o tempo. Foi ficando tarde e Miguel convidou o rapaz para pernoitar ali. Ele aceitou.
No dia seguinte, depois do café da manhã, pediu permissão à Miguel para levar Aninha em um passeio de cavalo, até o rio que ficava próximo dali.
O pai de Ana Luzia consentiu.
Os dois foram contentes, conversando muito. Moisés contou toda sua vida para Aninha.
Mas, o que impressionou Aninha, foi quando ele disse que nasceu e cresceu no litoral, em um balneário chamado “Porta do Sol”. Ana Luzia contou seu desejo desde menina, em conhecer o mar. Nunca havia saído daquelas terras, daquele vilarejo.
Conhecer o mar, seria um sonho!
Moisés encostou a sua cabeça, em seu ombro. Perguntou se ela estava sentindo o mesmo que ele, naquele momento. Ela disse que nunca havia ficado tão próximo de alguém assim.
E que estava gostando muito de ficar com ele. Moisés deu-lhe um beijo apaixonado.
Sentiu seu coração pular!
Era a primeira vez que alguém a beijava. Moisés confessou que estava gostando dela, desde o primeiro momento que a vira.
Aninha disse o mesmo, e novo beijo trocaram...
Moisés, de um instante para o outro, pediu-lhe em casamento. Aninha disse que era prematuro.
Seus pais não entenderiam, afinal ele era um forasteiro que acabava de conhecer. Moisés disse para Ana, que o amor é assim mesmo:
Chega de um minuto para o outro. Decidiram falar com os pais da moça.
Subiram nos cavalos, e lá se foram de volta ao sítio. Ana Luzia, desceu afobada e correu para a varanda, junto com Moisés, de mãos dadas.
Disseram para os pais dela, que queriam se casar o mais breve possível.
Os pais da moça, ficaram surpresos! Mas o casal argumentou muito bem e convenceram os pais de Ana, do casamento.

O matrimônio foi realizado na capelinha do vilarejo. Pouco depois, Ana despediu-se de seus pais e agradeceu tudo que fizeram por ela, todos esses anos.
Foi uma choradeira geral!
Aninha e Moisés partiram para sua lua-de-mel. Depois, foram morar onde Moisés morava, perto de seu trabalho. Passaram-se muitos meses e Ana Luzia não esquecia o desejo de conhecer o mar. Pediu ao marido que a levasse onde ele havia nascido, no litoral. Como estava de férias, Moisés atendeu prontamente ao pedido de sua amada esposa. Ao chegar na praia, Aninha corria na areia de um lado para outro, como verdadeira criança. Depois olhou o mar, a vastidão do oceano e ficou
hipnotizada com tanta beleza! O mar a chamava...
Ela seguia entrando no mar, e como em um passe de mágica, suas pernas deram lugar a um lindo rabo de peixe! Ana mergulhou e agora seu destino se concretizava...
Era uma sereia!

Moisés assistia tudo de longe, e triste percebeu que perdera sua esposa para o mar...
Mas, o amor tudo vence, até as proezas do destino...
 Assim, nas noites de lua cheia, Ana Luzia saí do mar, vai para areia e recebe de novo suas pernas, podendo por poucos momentos , ter seu amado de volta, e realizar esse amor que tanto os uniu...

FÁTIMA ABREU

O VELHO POETA E O BISNETO

O VELHO POETA E O BISNETO

 
 
 
A frase morreu, quando o poeta entristeceu:
O sons acabaram, quando ele, ensurdeceu
A poesia, que era sua amiga, tornou-se distante...
A caneta e o papel sobre a mesa,
Ficaram insignificantes...

Ele já não podia fazer versos, rimas,
Para colocar em seus poemas,
Mal podia se comunicar!
Quase sem voz e sem escutar, deixou-se entregar:
Jazia numa cama, aos seus 92 anos,
Era a hora, de Deus o chamar...

O velho poeta olhou ao redor,
Embora cego de uma vista.
Viu seu bisneto chegar ao lado da cama.
O menino, então com seus oito anos de idade,
Perguntou se o velho poeta, sabia quem ali estava.
Ele respondeu à meia voz, entristecido:
"Não vejo nem escuto direito, mas sei que é meu bisneto querido"...

As lágrimas rolaram
do rosto enrugado pelos anos...
O menino disse em tom de calmaria:
Não chore vovô velho,
Um dia, todo mundo fica assim,
Se não morrer antes...

Fátima Abreu
 
NOTA:
Embora tenha unido a ficção (ele não era poeta, embora fosse da linhagem de escritores da nossa família)à realidade dos fatos, este poema é em homenagem ao meu vovozinho, que desde 1991 não está mais na Terra. O meu filho Felipe, na época foi visitá-lo, e assim ocorreu o diálogo.



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A SOPA DE LETRINHAS

A SOPA DE LETRINHAS ( BEATRIZ )

A MENINA QUERIA FAZER PALAVRINHAS COM A SOPA DE LETRINHAS. REMEXIA DAQUI, DALI, E NADA SE FORMAVA...

_ MAMÃE, QUERO FAZER PALAVRINHAS.
_ MINHA FILHA, A SOPA É PARA SE COMER, NÃO PARA ESCREVER.
_ MAS MAMÃE, SE EU COMER AS LETRINHAS, O ALFABETO VAI SUMIR...
_ QUE NADA, BIA! AS LETRAS ESTÃO POR TODA PARTE... AS LETRINHAS DA SOPA, SÃO SÓ PARA DISTRAIR CRIANCINHAS PEQUENAS COMO VOCÊ...
_ AH, MAS UMA COISA EU VOU FAZER!
_ O QUE, FILHA?
_ VOU COMER TODA A SOPINHA, E FAZER NA MINHA BARRIGA, UMA ESTORINHA.
_ AI, QUANTA COISA VOCÊ INVENTA, BIA!

FOI PARA A ESCOLA COMO FAZIA SEMPRE. MAS QUANDO A PROFESSORA PERGUNTOU QUEM QUERIA CONTAR ALGUMA COISA NOVA OU INTERESSANTE, ELA NÃO PESTANEJOU, LEVANTOU SEU BRACINHO PEQUENINO, E DISSE:
_ EU, TIA, EU!
_ E O QUE TEM PARA CONTAR BIA?
_ HOJE EU COMI O ALFABETO TODO E ME ENCHI DE SABEDORIA!!!

FÁTIMA ABREU

CONTO INFANTO JUVENIL

O BAÚ DO PIRATA "PAVIO CURTO"

Séculos atrás, os mares estavam infestados de piratas.
A pirataria era crime que levava um homem à forca ou outras penalidades daqueles tempos...

Havia um pirata chamado 'PAVIO CURTO', que navegava pelos mares do Caribe com seus companheiros, saqueando as naus que por ventura viessem da Europa.
Uma nau espanhola acabara de atracar no porto, para descarregar algumas mercadorias, quando os piratas atacaram. Houve tumulto e uma moça que levava consigo um bauzinho, que continha as poucas jóias da família, tropeçou e caiu no chão.
Havia dentro do seu bauzinho, um colar de esmeraldas e um pulseira cravejada de rubis.
Era isso que sua mãe havia lhe deixado como única  herança antes de falecer.
Carmensita descera ali no porto, procurando um lugar para trabalhar e morar, pois não restava mais ninguém de sua família...
Assustou-se com os piratas e procurou se esconder para que não lhe levassem o seu bauzinho.
PAVIO CURTO, entretanto, a viu, e de um puxão segurou-a ela cintura e a trouxe perto de si.
Carmensita era uma bela morena de curvas sinuosas e chamava atenção.
E ele, a olhando de cima a baixo disse:
_ Ora, ora, o que temos aqui? Uma bela jovem, no meio dessa confusão toda! Mas que sorte a sua, de ser eu a te encontrar mocinha!
Se fosse outro, talvez estivesse em apuros...
_ Deixe-me em paz, seu pirata  grosseiro! Quero sair daqui, agora, solte-me!
_ Nossa, mas como ela é corajosa!
Sabe, gosto disso numa mulher... Vou levá-la comigo. Suba no meu navio, vamos!
Assim, foi empurrando Carmensita para dentro do navio sujo, dos piratas.
A pobre moça, nervosa, apertava contra o seio, o seu bauzinho. Não poderia deixar que eles tirassem dela, a sua lembrança de família...
Olhou tudo ao redor e percebeu então a quantidade de homens que ali estava e temeu que lhe fizessem algum mal, pois a olhavam de forma indecorosa...
PAVIO CURTO  percebeu que ela levava o bauzinho, mas estranhamente, não o tirou dela...
Ele a levou para a cozinha do navio e mandou que fizesse a comida, juntamente com o cozinheiro Nestor.
A moça sentou-se numa cadeira em frente à bancada cheia de batatas, e o cozinheiro deu-lhe uma faquinha para que começasse o trabalho...
À noitinha, todos jantaram. Carmensita comia triste, temendo a sua sorte em meio aqueles piratas terríveis!
PAVIO CURTO anunciou durante o jantar, que no dia seguinte, iriam para sua ilha, onde guardariam o baú do tesouro acumulado pelas pilhagens...
Foram todos dormir, ficando acordados, apenas 2 vigias e o capitão, PAVIO CURTO.
Naquela noite, Carmensita não conseguia pegar no sono, preocupada. Mas ao mesmo tempo, sabia que PAVIO CURTO, a protegeria dos outros. Notou que havia despertado interesse nele...
E para dizer a verdade, ela também nutriu uma simpatia por ele, porque até aquele momento, foi respeitoso para com ela.
Algo novo surgia em seu coraçãozinho, que nunca antes havia experimentado...
Carmensita decidiu sair do alojamento onde estava, e foi até o convés, para tomar o ar fresco da madrugada. Distraiu-se olhando o mar e não percebeu a chegada de PAVIO CURTO...
Ele vinha de mansinho e mais uma vez a segurou pela delicada cintura...
Ele a virou, ficando de frente um para o outro.
Os olhos castanhos dela, brilharam... Ele percebeu isso, e tomou como aprovação, pelo que viria a seguir: Um beijo ardente!
Estavam apaixonadas, sem dúvida alguma.
Um silêncio veio  a seguir, pois as palavras tornaram-se desnecessárias...
************************************
Ao amanhecer, chegaram na ilha.
Carmensita ficou à bordo. Alguns piratas desceram com  o capitão, levando pás para enterrar o tesouro. Fizeram um mapa da localização exata.
Tudo terminado, voltaram para o navio.
O pirata PAVIO CURTO,  procurou logo por Carmensita.
Daquele dia em diante, viveram uma grande paixão, mas que não agradava nadinha, alguns tripulantes do navio, principalmente o contra mestre...
Ele achava que um amor para o capitão, seria desastroso em suas empreitadas: Um lobo do mar teria que ser solteiro a vida inteira, pensava...
Resolveu fazer algo para atrapalhar aquele romance:
Colocaria o mapa que foi feito do local onde estava o tesouro, nas coisas de Carmensita, para que o capitão não confiasse mais nela.
Dessa forma, o contra mestre entrou na cozinha,  pegou o bauzinho de Carmensita que estava lá, e depositou o mapa, que ele havia roubado do capitão, na noite anterior.
Na hora do almoço, todos estavam alegres cantando e tomando rum, quando o capitão colocou a mão no bolso, percebendo que o mapa não se encontrava ali...
Ficou atônito.
Berrou com todos, dizendo que iniciassem uma procura por todo o navio, imediatamente!
 O malvado conta mestre, foi até a cozinha fingindo estar procurando por lá.
Depois, disse ao capitão:
_ Capitão, achei! Estava ali na cozinha, dentro do bauzinho da moça.
PAVIO CURTO surpreendeu-se.
Carmensita, nervosa, disse:
_ Mas como foi parar aí? Eu nunca peguei nisso antes, e não tenho porquê.
O capitão disse então para Carmensita:
_ Tem certeza? Será que não pretendia ir embora, assim que estivesse em terra, novamente?
_ Não! E não posso acreditar que esteja desconfiando de mim! É evidente que fui vítima de alguma trama. Alguém colocou o mapa no meu bauzinho, para me deixar mal com você! Existe gente no navio, que não gosta da minha presença aqui!
Além disso, como poderia chegar até a ilha, já estando em terra firme em algum porto? Não vê que nada disso faz sentido?
Se não acredita em mim, não é digno do meu amor!
_ Espere, Carmensita. Perguntei isso, porque tenho receio que se vá da minha vida. Está mais do que certa: Alguém aqui, tramou para nos desentendermos... E vou descobrir quem!
Carmensita analisou os rostos de cada um, para descobrir algum traço de insegurança ou insatisfação...
Percebeu isso no contra mestre, pois era o único que não estava com a cabeça erguida.
Cabisbaixo, parecia estar sentindo culpa...
Achando seu suspeito, cochichou no ouvido de PAVIO CURTO, que chamou imediatamente seu subordinado.
Esse, não conseguia encarar o capitão. Isso mostrava sua culpa, faltava apenas a confissão.
O contra mestre, então disse, de cabeça baixa:
_ Desculpe meu capitão! Achei que seu romance com essa moça, mudaria muita coisa aqui...
_ Ah, quem pensa que é, para decidir por mim? Nunca admiti que alguém se metesse em minha vida, que disparate!
O contra mestre aguardava o seu castigo...
A moça então, tomou o seu bauzinho de volta e disse para PAVIO CURTO:
_ Tive uma idéia! Faça com que ele fique sozinho  na ilha, tomando conta do local onde vocês colocaram o tesouro.
Carmesita disse isso com um ar de ironia, pois queria assistir a reação do homem.
E ele logo suplicou:
_ Não, por favor! Não suportaria a solidão!
PAVIO CURTO respondeu:
_ Agora tem medo? Peça desculpas para Carmensita, porque ela foi a vítima da sua artimanha!
Dirigindo-se para a moça, o contra mestre disse arrependido:
_ Mil perdões!
_ Desculpa aceita. Mas não volte à conspirar contra mim!
Tudo resolvido, Carmensita deu as mãos suaves, ao capitão e saíram dali.
Deixando a cargo de seus tripulantes, os olhares de desaprovação para o contra mestre, no convés...
***********************
Passaram-se vários meses desde aquele dia.
Carmensita teve um menino, fruto de seu amor com o capitão.
PAVIO CURTO deu o nome de Santoro, ao seu filho.
Voltaram à ilha para desenterrar o tesouro.
O capitão decidiu depois do nascimento de seu filho com Carmensita, que ficaria em terra, e formariam uma família de verdade, com uma casa à  beira mar. Daria a parte de cada um de seus tripulantes, depois venderia o navio para comprar a casa, a mobília, e tudo que precisassem para um lar...
Queria que Carmensita e o bebê, estivessem em segurança.
Mas, ao chegar na ilha, um bando de outros piratas, estava lá.
PAVIO CURTO lutou contra eles, juntamente com seus companheiros...
Enquanto isso, um dos piratas oponentes, capturou Carmensista e Santoro.
O chefe dos outros piratas disse para PAVIO CURTO:
_ Entregue seu mapa do tesouro agora, ou essa mulher e o filho morrerão!
Ele viu o pirata com uma faca no pescoço de Carmensaita, enquanto ela segurava o bebê em seus braços...
Seu coração acelerou. Jamais se perdoaria se alguma coisa acontecesse com eles!
O pirata inimigo, tomou o mapa das mãos de PAVIO CURTO, soltando Carmensita e seu filho.
Ela correu para os braços do capitão, que a  abraçou e beijou o bebê.
Aproveitando da distração dos piratas inimigos, o contra mestre fora até o local do tesouro e desenterrara. Pegou o baú com muito esforço, pois era bastante pesado e arrastou para o pequeno barquinho que veio até a ilha, voltando para o navio com ele.
Deixou apenas algumas moedas de ouro no local que antes estava marcado no mapa com o X...

E quando a tripulação do 'GALERA DOS MARES' voltou ao navio, a grande surpresa estava lá:
O baú do tesouro!
Teriam que partir o mais rápido possível, pois quando os outros piratas chegassem ao local e apenas encontrassem uns dobrões de ouro, certamente ficariam furiosos e iriam atrás deles!
Colocaram as velas ao alto e partiram dali...
**********************
Carmensita agradeceu ao contra mestre, porque agora teria a chance de ter uma vida nova com PAVIO CURTO e seu filho, graças à astúcia do homem:
_ Obrigada, dessa vez eu não tenho que perdoar e sim, agradecer...
_ Não há porquê. Afinal, agora estamos quites!
E também levarei a minha parte no tesouro...
_ Sim, todos aqui!
PAVIO CURTO, aproveitando a 'deixa', disse então voltando-se para os companheiros:
_ Agora mesmo! Vamos rapartir tudo, justamente!
Assim, PAVIO CURTO, Carmensita e Santoro viveram com tranquilidade e segurança numa casa à beira mar, (sem ele temer pela forca), onde todos os dias poderiam apreciar o encontro do horizonte com o oceano...
FIM

Fátima Abreu

A GATINHA CARENTE E O LEÃO

A GATINHA CARENTE E O LEÃO ( FÁBULA EM PROSA POÉTICA )

 

 

A GATINHA CARENTE E O LEÃO...

A GATINHA CARENTE ESTAVA DESILUDIDA DOS GATOS DO MUNDO...
SAIU SEM DESTINO, PULOU MUITOS MUROS...
PENSANDO O AMOR NÃO MAIS ENCONTRAR
VISTO QUE O GATO SAFADO SÓ FEZ LHE ENGANAR...
CORREU OS SETE CANTOS DO MUNDO
ESTEVE AQUI E ALI
E ONDE POSSA SUA VOZ OUVIR...
ATÉ QUE CANSADA, ESGOTADA, PAROU PARA DESCANSAR...
VEIO DELA SE APROXIMAR
UM LEÃO, NA ÁFRICA, ONDE ELA AGORA ESTAVA...

E PERGUNTOU O LEÃO, À GATINHA:
_ QUE FAZES AQUI PEQUENA GATINHA?
AQUI BEM SE VÊ QUE NÃO É O TEU LUGAR...
AO QUE A GATINHA RESPONDEU:
_ SENHOR LEÃO, REI DAS SELVAS, NÃO SE IMPORTE COM MINHA PRESENÇA... SOU APENAS MAIS UMA A ANDAR POR ESSAS TERRAS...SEM FUTURO, SEM ESPERANÇA...
O LEÃO VENDO O TRISTE SEMBLANTE DA GATINHA, E AO MESMO TEMPO, OLHANDO O CÉU, PEGOU-A NO COLO E LEVOU-A PARA SUA TOCA...
A GATINHA PROTESTAVA! NÃO QUERIA FICAR EM UMA TOCA! QUERIA SER LIVRE, CONTINUAR SEU CAMINHO... O LEÃO APRESSOU-SE EM DIZER:
_ TE TROUXE AQUI, PORQUE VAI CHOVER!
_ AH! E COMO SABE? POR ACASO O SENHOR LEÃO, ALÉM DE REI, É ADIVINHO?
_ NÃO SEJA TOLA, GATINHA, AQUI É MINHA TERRA, CONHEÇO O CLIMA DAQUI MUITO BEM...E SE DIGO QUE VAI CHOVER, É PORQUE VAI ACONTECER!
_ ENTÃO ESTÁ BEM...POR AQUI FICO ATÉ A CHUVA CESSAR, MAS DENTRO EM POUCO, VOU EMBORA, AQUI, NÃO VOU FICAR!
 A CHUVA CAIU, EM TORRENTES PESADAS...
A TOCA DO LEÃO, FICOU ALAGADA...

O LEÃO SEM SABER PARA ONDE IR, PEDIU A SUGESTÃO DA GATINHA, PARA FUGIR DALI...
A GATINHA PENSOU E PENSOU... A UMA CONCLUSÃO CHEGOU:
_ APENAS PODEMOS REZAR! DESSA NÃO HÁ COMO NOS SAFAR! VAMOS PEDIR AOS CÉUS PARA NOS AJUDAR...
MAS OS CÉUS OUVIRAM A GATINHA, E A ÁGUA ESCORREU DA TOCA... O LEÃO FICOU PASMO! COMO PODE SER, A CHUVA PARAR E A ÁGUA DA TOCA, ESCOAR?
A GATINHA SAIU DA TOCA, E VIU O BRILHO DO SOL NOVAMENTE, E REPAROU ALÉM DE TUDO, UM LINDO ARCO-ÍRIS, À FRENTE!
A GATINHA, QUE ANTES NÃO TINHA ESPERANÇA, À VISTA DE IMINENTE PERIGO, PLANTOU A SEMENTE EM SEU CORAÇÃO, E JUNTO DO ENORME LEÃO, FEZ SUA ORAÇÃO...
AGORA A GATINHA E O LEÃO, CAMINHAM JUNTOS PELA ÁFRICA, MUITAS AVENTURAS FARÃO, COM ESSA GRANDE AMIZADE, QUE SE FEZ, QUANDO PASSARAM PELA ENORME DIFICULDADE...
O LEÃO, É SEU REFLEXO NO ESPELHO, JUNTOS TOMAM DECISÕES, COMO UM NOVO CASAL QUE SE FORMOU...AS DIFERENÇAS, SÃO APENAS EM TAMANHO...
MAS TAMANHO NÃO É DOCUMENTO MESMO...
MORAL: SEMPRE HÁ UMA ESPERANÇA!
 
Fátima Abreu

RAYANE, A FADA

RAYANE, A FADA

Numa tarde primaveril, nasceu Rayane. Era um presente para seus pais. Uma criança muito tempo esperada naquele lar simples.
Rayane tinha uma peculiaridade: era um bebê fada.
Para se entender bem essa estória, vamos voltar no tempo...

Certo dia, Nicolau e sua esposa estavam a beira do riacho pertinho de sua casa, quando escutaram um pedido de socorro...
Nicolau rapidamente prestou atenção de onde vinha o grito. Ele e sua mulher, Gina, correram até a margem e viram uma linda fadinha se afogando. Rapidamente trataram de puxá-la e tiraram com sucesso a fadinha (de asinhas totalmente molhadas) do riacho. Eles a levaram para dentro de sua casa, e lhe deram um chocolate quente para não ficar resfriada, enquanto suas asinhas secavam para que ela pudesse levantar voo novamente, e retornar para o REINO DAS FADAS, onde moravam todas as fadinhas...

Para se certificarem de que ela estaria bem, foram com a pequena fada até a entrada do Reino, um portal entre os dois mundos: Era embaixo de uma queda d´água, por onde eles também passaram, à convite da fadinha, ela queria que conhecessem sua mãe, a RAINHA DAS FADAS.

Chegando do outro lado da cachoeira, avistaram um mundo lindo de cores, flores e luzes.
Fadas de todas as idades, voavam de um canto a outro, felizes com suas atividades diárias. As mais novinhas brincavam de roda, cantavam alegremente.
Dirigiram-se até o palácio da rainha mãe.
Ao entrar, a fadinha contou para a mãe o acontecido.
A rainha mãe das fadas, disse então dirigindo-se ao casal:
_ Realizarei um desejo, como prova da minha gratidão. Pensem o que mais querem e digam!
Gina e seu marido, só tinham uma vontade, ela então não pestanejou e disse em voz trêmula de emoção:
_ Queremos uma criança, pois não temos filhos até hoje...
_ Que seja, então! A partir desta noite uma criança será gerada pelo amor de vocês, e pela magia das fadas.
Colocou a mão no ventre de Gina, e com sua varinha de condão, tocou-a.
Eles se retiraram agradecendo a oportunidade de ter conhecido o Reino e o presente que viria em breve.
A fadinha acenou com a mão se despedindo do casal, e a rainha lhe disse baixinho:
_ Eles só não sabem que será uma fadinha como você, minha filha...
*********************

Naquela noite mágica a criança foi concebida, e depois de meses, Rayane estava nos braços de seus pais.
Ela crescia bonita, saudável, feliz para alegria do lar. Mas ao longo do tempo, os pais perceberam que ela tinha a magia das fadas, pois realizava pequenos 'encantamentos' apenas com o pensamento!
Aos 15 anos, ela pediu ao pais, que deixassem que vivesse com as fadas, pelo menos por um tempo, para adquirir mais conhecimento.
Eles ficaram tristes com o desprendimento da filha, e Nicolau respondeu:
_ Rayane, você é a luz dessa casa, além do mais, é menor de idade e tem que viver conosco. Não deixaremos que se vá, e eu e sua mãe, ficamos tristes com esse seu pedido...
_ Está bem, papai. Foi só uma vontade, mas entendo. Desculpem-me por isso.
O assunto foi encerrado ali.
Mas, aos 18 anos, as asas de Rayane, surgiram inesperadamente. Ela não poderia mais esconder de outras pessoas, sua identidade de fada, pois já se via o volume nas roupas que vestia...
Foi quando ela voltou ao assunto:
_ Mãe, pai, acho que terei que ir até o REINO, porque preciso que a rainha mãe, me oriente... Não posso viver entre vocês como fada, seria convertida em objeto de estudo. Temo que desta vez eu tenha mesmo que partir, pois não há outra solução.
_ Vá Rayane. Já é maior de idade, siga seu caminho. Deixe que seu coração te guie e achará a entrada do Reino, embaixo da cachoeira. Nós ficaremos aqui, aguardando notícias suas.
Os pais a abraçaram. Gina deu-lhe um xale tricotado, de presente, para cobrira as asas, antes da partida.
Acenaram na porta da casinha para a filha, que já ia dobrando a estradinha que levava ao riacho...
****************

Rayane passou pelo portal e se encantou com o que viu, tal qual seus pais, na única vez que estiveram ali.
Uma fada criança veio recebê-la, e levantando-a pela mão, Rayane com o impulso, realizou seu primeiro voo, deixando o xale cair no chão...
Ficou felicíssima, com tal acontecimento!
A fadinha a levou até o palácio. Quando Rayane adentrou, viu a rainha mãe das fadas no seu trono. Fez uma reverência e disse:
_ Rainha, sou Rayane, a filha de Gina e Nicolau. Vim até aqui, porque considero meu lugar agora, minhas asas nasceram.
_ Sei quem você é, minha filha. Te acompanho desde o nascimento, no meu espelho mágico, que me mostra o que eu quiser... Sabia que viria.
_ Oh, se é assim obrigada por deixar ficar.
_ Rayane, fique, aprenda tudo e siga seu coração.
Ela fez nova reverência, e seguiu com a fadinha que a trouxera, para saber onde ficaria acomodada...
*************
Meses se passaram desde esse dia.
Rayane aprendera as canções de magia das fadas, a voar sem medo, ganhou sua própria varinha de condão... Mas, dentro de si, uma saudade dos pais batia forte!
Foi ter com a rainha novamente:
_ Rainha, estou aqui quase um ano, sinto falta de meus doces pais... Peço permissão para voltar para casa. Mas o problema, é o mesmo de quando aqui cheguei: Minha asas...
_ Vá, filha. a partir de agora, não terá mais asas. Quando voltar, conhecerá um bom rapaz, se casará e terá uma filha, mas não se preocupe: Ela não será fada, como você...
Dito isso, tocou as asas de Rayane, que sumiram instantaneamente!
Ela agradeceu e deixou o choro cair, mas era de felicidade!
As fadinhas, fizeram uma roda em torno de Rayane, cantando em despedida...
Ela atravessou o portal da cachoeira, desta vez com o coração aliviado: Podia viver com seus pais sem medo.
A rainha deixou os poderes de fada com Rayane, para que ela realizasse pequenos desejos e ajudar quem precisasse nesse mundo de cá...

Fátima Abreu

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A pescaria ( humor )

A PESCARIA

D. Nini estava alegre, o vizinho da vila, seu  Martinho, a chamou para uma pescaria no final da semana.
Nunca fora convidada para tal coisa, e olha que ela já estava com seus 65 anos!
Passou dia após dia, falando nisso, e seus netinhos já não aguentavam mais ouvir sobre os preparativos para a pescaria do sábado...

Era um dia de final de inverno, e a manhã estava com um solzinho fraco.
D. Nini bateu na porta do seu Martinho, alvoroçada:
_ Seu Martinho, esqueceu da pescaria?
Ele abriu a porta sonolento, e respondeu?
_ Hã? Pescaria, que pescaria?
_ Não me diga que esqueceu mesmo... A nossa pescaria no  rio do seu sítio, lá para os lados da serra...
_ Ah... é... Então espera, D. Nini, vou aprontar as coisas.
_ Estarei aqui no pátio da vila esperando, e estou levando umas coisinhas que eu preparei para a gente comer por lá...
_ Muito obrigado, a senhor pensa em tudo!
Ela acenou com a mão e rumou para o pátio, sentou-se em um banquinho perto do chafariz, e aguardava ansiosa.
Os netos da janela, obsevavam a avó, e riam...
_  Viu, a vovó até acordou o homem! Nossa, vai ser hilário esse passeio!
_ É mesmo... Vamos rir muito quando ela voltar contando...
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Seu Martinho trancou a porta de casa,  pegou as chaves do carro e munido dos apetrechos de pescaria, gritou para D. Nini, no pátio:
_ Tá tudo aqui, já, D. Nini. Vamos lá!
_ Estou indo...
Disse, apressada para entrar no carro e ir para a primeira pescaria de sua vida!
Eles passaram pela serra e logo depois da descida, lá estava o sítio do seu Martinho, que ele só ia nos fins de semana e feriadões...
Abriu a porteira, e deixou o carro em frente à casa do sítio. Depois, foram andando até o rio que passava dentro da sua propriedade...
D. Nini ia apreciando as árvores frutíferas, o poço antigo, o balanço de pneu que seu Martinho tinha feito muitos anos atrás para seus filhos, e que agora servia também para sua netinha Viviana, quando vinha nos feriados com a família...
Enfim chegaram e seu Martinho preparou o barquinho com tudo que trouxera, para saírem em sua pescaria, finalmente...
D. Nini, levava consigo a cesta com os sanduíches, uma garrafa térmica com guaraná natural e umas frutas e biscoitos... Era o que ela achava que daria, para o dia inteiro de pescaria, que esperava passar...
Depois de uma hora e meia, sem nada de peixes, seu Martinho já estava desanimado...
Comentou com D. Nini:
_ É minha amiga, os peixes hoje, não querem nada comigo!
_ Deve ser porque os coitados estão tristinhos... Não se animam  para vir à tona...
Ele não pode deixar de rir, pensando:
'Ora, peixes tristes! Quem imaginaria isso?'
Ela se virou para o lado e avistou alguns peixinhos, e resolveu dar um 'pouco de alegria', alimentando-os com o que trouxe na cesta...
Enquanto seu Martinho estava já para desistir da pescaria, pela falta de peixes do seu lado do barco, D. Nini estava muito contente com sua boa ação!
Ele pediu então para D. Nini:
_  D. Nini, já estou com fome, a senhora deve estar também, vamos fazer nosso lanchinho? Desse rio hoje, não tiro peixe nenhum... O que trouxe para comermos?
_ Bom, agora só tem as frutas e o guaraná, porque os sanduíches e os biscoitos, os peixinhos comeram... Tadinhos, estavam com tanta fome!

Fátima Abreu